Os carros eléctricos constituídos por uma caixa de madeira e assente num chassis de ferro foram com o decorrer dos anos sofrendo várias modificações sendo objecto de classificações correspondentes.
1 - Risca ao meio
É caracterizado por terem duas fiadas de bancos longitudinais. Construídos por “A Construtora”, do 101 ao 104 em 1903, por adaptação de carros “Americanos”, do 104 ao 110 em 1905 e o111 em 1907. Estes carros eram montados em trucks 21 E. O carro 104 é o único exemplar de um carro tipo STARBUCK de 1860 reconstruído para a tracção eléctrica e funcionou como carro de instrução até 1957.
2 - Carros Ingleses
Foram construídos pela United Electric Car Company, em Preston em 1925 e montados em trucks Mountain e Gibson 21, designados por U. E. CAR. Inicialmente tinham plataformas abertas, mas com o decorrer dos tempos e mercê das reparações efectuadas, aproximaram o seu aspecto aos Brill, ou seja, passaram a ser fechadas e mais compridas (plataforma de salão).
3 - Carros Brill (23, 28, 32 e 28 com plataforma salão)
Foram encomendados em 1909 à firma J. G. Brill da Filadélfia e construídos entre 1925 e 1938. A designação destes carros ficou ligada ao seu truck rígido Brill 21 E. Os carros 112, 113 e 114 foram construídos inicialmente por a “Construtora”. Com as reparações a que foram sujeitos perderam parte das suas linhas características aproximando-os dos Brill 23, para mais tarde serem construídos nas oficinas da C.C.F.P.
4 - Brill com Bogies
O carro 249 foi o primeiro carro com bogies no Porto. Foi encomendado em Junho de 1904, à firma J. G. Brill, tendo sido entregue em 1905. Tinha dois bogies Brill 27 G1 de rodas iguais e quatro motores, um por eixo. Em 1960 esses bogies foram, temporariamente substituídos por bogies similares aos dos carros eléctricos 270 e 277. Os quatro motores iniciais foram substituídos por dois motores GE 270 de 68 HP, um por bogie.
5 - C.C.F.P. – 28
Estes carros foram construídos entre 1929 e 1930 nas oficinas da C.C.F.P. com projecto próprio. As suas principais características eram não ter lanternim e as janelas descerem abaixo do nível dos assentos, sendo constituídas por painéis inteiramente amovíveis para serem retirados no verão. Porém, depressa se verificou que o clima não permitia tal situação pelo que houve necessidade de adaptá-las a janelas de correr. Existiam oito janelas de cada lado. O tejadilho era liso, tinham truck rígido de dois eixos do tipo Brill 21-E e eram equipados com motores GE 270 e controllers GEB 54 E.
6 - C.C.F.P. - 40 (Bogies)
Foram construídos em 1930 nas Oficinas da C.C.F.P. depois dos carros C.C.F.P. - 28, idênticos a estes mas com bogies que também foram construídos nas mesmas oficinas.
Estes bogies eram similares aos BSJ Bergestablindustrie da série 266 a 269. Os trucks eram Brill 39 E e os motores BTH 114 DR (Britis Thomson and Houston) de 89 HP, com controllers Siemens de um lado e BTH do outro, substituídos mais tarde por controllers Kiep NF 51 de 9 pontos.
7 – Belgas
Foram adquiridos em 1929 aos Ateliers de Construction de Familleureux da Bélgica pelo que ficaram a ser conhecidos por Carros Belgas. Foram montados em trucks Brill de tracção máxima iguais aos que equipavam os carros 270 e 277. Esta família compreende os Carros Eléctricos desde o nº 280 até ao nº 289. Eram equipados inicialmente com motores CGE 68 HP que foram substituídos por motores BTH 114 DR. Os controllers eram Siemens de 9 pontos 7731-1 e Kiep. A sua suspensão distinguia-se, para melhor, da dos restantes carros.
8 - STCP-28
O STCP, logo a seguir ao resgate da C.C.F.P., em 1946, pretendeu construir novas viaturas de linhas simples e leves, só que devido ao período do fim da Guerra Mundial, não foram conseguidos bogies apropriados em tempo aceitável. Optou-se então por construir viaturas de dois eixos, de truck rígido. O material encomendado como motores BTH 89 HP 114 DR e controllers de nove pontos e ainda motores CGE de 68 CV comandados por equipamento semi-automáticos, foram colocados nos carros de bogies existentes, tendo sendo os equipamentos destes, tal como os outros recuperados de carros abatidos, aproveitados nos novos carros.
Eram carros unidireccionais que tinham local de entrada e saída unicamente de um dos lados. A sua utilização estava limitada às linhas com raquete nos seus términos. O truck era do tipo Brill-21E, com cadeiras de madeira sem estofos e tinham 28 janelas, o que originou a sua designação de carros STCP-28.
9 - STCP-20
Estes carros eram semelhantes aos STCP-28, apenas mais pequenos, com cinco janelas laterais, no lugar das sete e com 15 lugares sentados em vez de 21. Inicialmente destinados a atrelados, acabaram por ser transformados em carros motores onde foi aproveitado o equipamento eléctrico retirado de carros abatidos, dando origem à construção de seis novos carros.
10 - STCP-500
Um único carro desta série, um protótipo, diferente dos carros das séries STCP-28 e STCP-20. As portas são comandadas pneumaticamente pelo guarda-freio que trabalhava sentado tal como o cobrador.
A base do projecto foi o carro de plataforma salão, não podendo sair das cotas principais, devido à utilização dos Truks Brill 21-E.